O grupo “Interpretar e Aprender” surgiu como ideia nos corredores da Universidade de São Paulo por três estudantes de História interessados em integrar diversão e aprendizagem. Apaixonados tanto por narrativas fantásticas quanto pelo ato de ensinar, estes amigos decidiram criar um grupo cujo intuito seria trabalhar, de forma prazerosa, os conteúdos escolares - e não haveria melhor maneira de fazê-lo do que utilizando o RPG, ou Role Playing Game.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Educação Financeira com RPG - O sistema

Como disse no post anterior, decidi fazer uma dinâmica extensa baseada no RPG com os alunos para que os conceitos fossem trabalhados, e principalmente para torná-los agentes criadores no processo educativo. Claro, um sistema completamente novo era necessário.


A dinâmica de turnos me pareceu bastante plausível. Cada turno seria uma espécie de desafio, ou uma escolha, que influenciaria nos turnos vindouros. O mais difícil foi bolar um nome; SimPolítica para o 8º e SimNegócios para o 9º.



No 8º, os alunos controlariam o poder executivo de uma cidade. Dividi cada sala em três grupos de dez alunos e cada grupo controlaria uma cidade diferente: uma pequena, uma média e uma grande. Como as cidades eram fictícias, pedi para compararem sempre à cidades conhecidas como São Paulo e Santos. Claro que os alunos não deveriam trabalhar com o grupo inteiro ao mesmo tempo. Separei-os em duplas dentro de seus grupos. Cada dupla controlaria uma das cinco secretarias (Educação, meio-ambiente, planejamento urbano, saúde e segurança pública), e uma dupla controlaria o gabinete do prefeito. Como uma ou outra secretaria poderia não estar relacionada ao problema vigente no turno, a cada turno uma delas seria inutilizada (à escolha dos próprios alunos), de modo que uma dupla sempre fosse o gabinete do prefeito.


Com a divisão entre secretarias, os alunos conseguem focar suas pesquisas e conseguem perceber na prática que o poder público está dividido em vários setores, em várias esferas, cada uma com suas responsabilidades e deveres. O gabinete do prefeito, por sua vez, tinha apenas a missão de auxiliar as outras secretarias durante as pesquisas e a criação de possíveis soluções para os desafios, e também distribuir a verba entre os vários projetos das secretarias. Essa verba não se tratava de valores, mas de porcentagem, trabalhando interdisciplinarmente com a matemática.


No 9º ano, os alunos controlariam o conselho diretivo de uma empresa. Deviam decidir sobre o futuro da empresa e tinham total liberdade de decisão (inclusive poderiam levá-la à falência). Os alunos se dividiram em grupos de cinco alunos.


Em ambos os casos, os projetos, ideias, soluções e escolhas deveriam pautar-se nos conceitos de sustentabilidade e responsabilidade social. A dinâmica desenrolou-se dessa maneira (lembrando que só tínhamos uma aula por semana):


1º - O turno iniciava-se em sala de aula: o desafio era proposto com uma pequena introdução do cenário pelo professor. (darei exemplos em outros posts). Nessa mesma aula, os alunos já reuniam-se para discutir quais ações deveriam ser tomadas durante a semana, e no caso do 8º ano, decidir qual secretaria ficaria de fora.

2º - Se preciso, mais uma aula para discussão com o professor e o resto do grupo. Um pré-relatório com a pesquisa do grupo era necessário.

3º - No final da semana, um relatório final justificando e explanando as escolhas do grupo deveria ser postado na plataforma que utilizamos no colégio.


4º - Na semana seguinte o professor comentava e passava o próximo desafio.

Para saber mais como foram as experiências, clique aqui e aqui.

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